Você é SINESTÉSICO ou CINESTÉSICO?
O correto é Sinestésico ou Cinestésico? Sinestesia ou Cinestesia? São palavras tão parecidas, porém com uma boa diferença na prática.
Primeiro vamos falar sobre a sinestesia, como ela se apresenta, quais são os sintomas e algumas curiosidades interessantes.
Ao longo do artigo vamos mostrar algumas diferenças entre sinestesia e cinestesia. E na parte final iremos nos dedicar sobre os canais de percepção sensorial e os cinestésicos.
Vamos deixar abaixo um sumário para localização mais rápida dos assuntos e subtítulos.
Sumário
Significado de Sinestésico ou Pessoa com Sinestesia
A Sinestesia parece ser mais comum do que se pensa. Antes os pesquisadores acreditavam que a cada 2 mil pessoas existia pelo menos 1 sinesteta.
Porém estudos mais recentes mostram que esta característica é apresentado por cerca de 4% da população mundial.
Antes também era comum pensar que ocorria mais com mulheres, a cada 6 mulheres tinha 1 homem com sinestesia.
Contudo a psicóloga britânica Julia Simner, da Universidade de Edimburgo na Escócia, chegou a uma conclusão interessante.
Que a sinestesia é uma condição genética ligada a pelo menos 3 cromossomos. Porém não está ligado ao cromossomo sexual, ou seja, ao par XX ou XY.
Portanto a incidência entre homens e mulheres é quase igual, mais equilibrado do que se pensava.
A pessoa com sinestesia vê o mundo de uma forma bem peculiar.
Há cerca de 60 tipos diferentes de sinestesias que já foram relatadas.
Talvez o caso mais comum são pessoas que enxergam cores diferentes em números, letras, dias da semana e meses.
Ainda outras conseguem por meio do olfato sentir sons. Tem o caso de um sinesteta que ao sentir um odor ruim começa a ouvir barulhos fortes, como se alguém estivesse fazendo muito barulho.
Um outro caso de sinestesia é a “cromestesia”, ouvir sons em cores ou ver cores em sons.
O Correto é Sinestesia ou Cinestesia? Sinestésico ou Cinestésico?
Existe uma diferença grande entre sinestesia e cinestesia. Apesar que em português falamos as duas palavras da mesma maneira e quando escrevemos a diferença é apenas na primeira letra.
Porém, qual é a diferença entre sinestesia e cinestesia?
Significado de Sinestésico
- O Sinestésico tem a ver com aquele que é “sensorial”, ou seja, aquele que é capaz de fundir ou misturar diferentes sentidos humanos.
- Por exemplo, algumas pessoas sinestésicas conseguem ouvir um movimento visual (audição + visão).
- Conseguem sentir cheiro ou gosto de uma imagem visual (olfato + visão ou paladar + visão).
- Ainda outros conseguem visualizar cores ao ouvir uma música (visão + audição).
Significado de Cenestésic
- O Cinestésico tem a ver com a percepção dos movimentos corporais ou musculares.
- Uma pessoa cinestésica processa melhor as informações através do movimento ou do toque.
- Por exemplo, ao se comunicarem precisam tocar o seu ouvinte.
- O cinestésico corporal aprende melhor movimentando-se, tocando ou mexendo nas coisas.
Portanto podemos dizer que o Cinestésico é também, de certa forma, um Sinestésico.
O Cinestésico aprende melhor através do toque, por meio do contato humano ele consegue ouvir melhor a informação (tato + audição).
Isso é um exemplo de mesclar diferentes sentidos, que ocorrem tipicamente com Sinestésicos.
Por que o Sinestésico Mistura Sensações?
Até hoje ainda não se sabe o motivo disso acontecer. Existem diversas pesquisas a respeito mas nenhuma foi conclusiva.
Contudo concordam que é genético, porém não quer dizer que os filhos vão manifestar o mesmo tipo de sinestesia que os pais desenvolveram.
Outra coisa que concordam é que tudo começa na infância.
Dessa forma Jonh Harrison e Simon Baron-Cohen, da Psiquiatria e Psicologia Experimental da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, defende uma tese.
De que somos todos sinestetas, em média até os três meses de idade. Os neurônios são definitivamente separados por uma camada de gordura chamada mielina até os seis primeiros meses de vida.
Porém a condição neurológica dos sinestésicos é que a mielina aparece em menor grau, dando origem a essa hipersensibilidade.
Como se fosse um fio com baixo isolamento, que resulta de um sentido interferir em outro.
Além disso, outros pesquisadores acreditam que o poder de associação dos sinestésicos é muito maior do que a maioria.
Quando aprendemos algo novo, a nossa mente costuma fazer uma associação com algo aprendido anteriormente.
Porém os sinestésicos conseguem fazer isso de uma forma muito mais relevante, misturando conceitos com sensações.
Exemplos Práticos de Pessoas Sinestésicas
Por exemplo, um sinesteta talvez veja a letra B em azul, o R em vermelho e o Y em amarelo.
Isso devido a associação da letra, com primeira letra de cada cor (em inglês): Blue (azul), Red (vermelho) e Yellow (amarelo).
A pessoa com sinestesia enxerga literalmente várias cores ao ler um livro. Quando estão diante de números, letras, dias da semana e meses, conseguem associar cada um, com uma cor diferente.
Além disso, o poder de associação deles é num grau muito maior que o nosso, inclusive constatou-se que a memória deles é maior que a média da população.
Veja este exemplo:
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS5SSSSS
Viu algo de diferente?
A maioria da população só enxerga que tem o número “5” no meio de várias letras “S” depois de olhar mais atentamente.
O Sinestésico consegue ver desta forma:
SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS5SSSSS
Portanto, o sinestésico tem um tempo de reação muito mais rápida, em perceber a diferença, do que a maioria das pessoas.
Apenas salientando que cada sinestésico faz sua própria associação de cores.
Neste caso associamos a letra “S” com o vermelho e o número “5” com o azul.
Porém a pessoa com sinestesia faz isso do seu próprio modo, usando suas próprias cores.
Muito diferente de uma pessoa daltônica, onde todo daltônico troca sempre pelas mesmas cores.
Podemos dizer que tanto o Disléxico como o Sinestésico, são pessoas muito criativas pois tem uma visão de mundo diferente das pessoas “normais”.
Os Canais de Percepção Sensorial dos Cinestésicos
Vamos falar agora um pouco sobre os Cinestésicos, que são diferentes dos Sinestésicos de certa forma, porém tem algumas semelhanças.
Na comunicação existem basicamente três canais de percepção sensorial:
– Visual,
– Auditivo e
– Cinestésico
É normal as pessoas darem preferência a um destes canais.
São tipos de memória diferentes entre o visual, auditivo e cinestésico. Por isso se adaptam melhor a formas diferentes de aprendizagem.
A
pessoa Visual prefere aplicativos como o YOUTUBE.
Quem é Auditivo prefere PODCASTS e também o YOUTUBE para aprender.
O Cinestésico prefere TRABALHOS MANUAIS para fixar melhor as informações.
É comum manifestar 2 ou até 3 canais diferentes, mas sempre um deles irá se destacar no seu aprendizado.
Por exemplo, o VISUAL aprende melhor lendo e escrevendo textos, vendo gráficos e ilustrações, para se concentrar precisa de silêncio.
O AUDITIVO também se concentra melhor no silêncio, ouvindo atentamente o professor explicando uma matéria. Em alguns casos gostam de ler em voz alta enquanto estudam.
O CINESTÉSICO gosta de ouvir músicas, enquanto está estudando, para conseguir aprender melhor.
Portanto para o cinestésico não basta ouvir o professor ensinando e nem ler textos ou ver ilustrações.
Para aprender precisam colocar a mão na massa, precisam colocar a teoria na prática, para fixar as informações.
Em geral aqueles que tem cinestesia não gostam de ficar parados e por isso podem apresentar déficit de atenção em alguns casos.
Exemplos Práticos de Visual, Auditivo e Cinestésico
Cada um terá preferência por um canal, mas as vezes o visual ou auditivo pode demostrar algumas características de cinestésico.
Assim como mostrado em vários vídeos do YouTube, papagaios e outras aves ao ouvirem música ficam motivadas a “dançar”.
Estudos comprovam que este tipo de pássaro, tem praticamente a reação de uma criança de 2 a 3 anos ao ouvir uma música que “mexe” com a gente.
Em outras palavras, ele não foi treinado para fazer isso, ele está reagindo de forma extintiva a música.
O cinestésico precisa se movimentar e dançar para “ouvir” melhor a música.
Na verdade a dança mexe com os 3 canais: visual, auditivo e cinestésico, por isso agrada a todos.
Confira este vídeo até o final, que é muito engraçado. Hehehe….
Atividades para o Aluno com Cinestesia em Sala de Aula
O
educador precisa ficar atento a essas características em seus alunos em sala de aula.
Em conclusão, o ideal é ensinar usando os 3 canais de percepção: o visual, o auditivo e o cinestésico.
Falando para ajudar o auditivo, escrevendo para ajudar o visual e colocando a mão na massa para ajudar aqueles com cinestesia.
O cinestésico gosta de trabalhos e atividades de laboratório, mas não gosta de fazer provas.
Às vezes paralisar a aula e praticar alguma atividade física é de ajuda.
Dessa forma, quem tem cinestesia vai tirar proveito do movimento corporal e os outros alunos poderão oxigenar melhor o cérebro.
Assim poderão mudar de atividade por algum tempo e voltar com outro ânimo.
Aparentemente pode parecer uma “perda de tempo”. Mas observa-se a reação positiva dos alunos e um melhor aproveitamento da classe.
Esse foi um dos pontos que discuti com detalhes na minha tese de doutorado. Experimente fazer isso!
Livro Recomendado sobre Sinestesia
A nossa recomendação é um livro em inglês, que aborda os vários aspectos da Sinestesia, o título é “Synesthesia” de Richard E. Cytowic.
Em resumo, o escritor explica que a manifestação mais frequente do sinestésico é ver os dias da semana coloridos, mesmo quando impressos em preto.
Além disso, outras manifestações incluem saborear a comida em formas, ver a música em movimentos coloridos.
Uma pessoa com sinestesia diria que o chocolate tem gosto rosa e um prato que ela gosta tem gosto intensamente azul.
Desta forma, foi observado que uma a cada vinte e três pessoas carrega os genes para a sinestesia.
Não é um distúrbio, mas um traço neurológico. Em conclusão o livro relata vários casos vívidos e que prende a nossa atenção.
Livro Recomendado sobre Cinestesia
O livro de Celso Antunes propõe mais de 330 jogos ou propostas de estímulos para trabalharmos com múltiplas inteligências, inclusive com o cinestésico.
É uma obra destinada a professores, estudantes de magistério e pedagogia, psicólogos, orientadores educacionais, pais e profissionais de RH.
Então compartilhe a sua percepção e deixe os seus importantes comentários…
DICA: Veja esta reportagem da Revista Época sobre a Sinestesia (“Por dentro do cérebro de um sinestésico“).
Escritora, redatora de blogs, taróloga especialista psicologia comportamental ciências sociais sexualidade Bruxa 
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